Análise feita pela unidade do complexo de saúde da UERJ confirmam que a média móvel também teve aumento
Testes realizados na Policlínica Piquet Carneiro pra detectar o coronavírus apontam escalada nos números de positivos para COVID-19 na cidade do Rio de Janeiro. Os indicativos apresentados pelo Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação (HLA), anexo a unidade ambulatorial da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (29) corroboram que o município passa pela fase mais crítica desde o início da pandemia, com a explosão de casos e busca por leito de UTI. Para especialistas, a escalada no número de infecções causadas pode ser explicada pelo desrespeito as recomendações sanitárias básicas, como o isolamento social, e falhas na imunização na população.
As análises dos exames, copiladas desde 04/01, também constataram que a média móvel sofreu alta de 10 % nos últimos 5 dias, depois de semanas de estabilidade. No estudo, a cada 90 casos suspeitos testados, 13 dão positivos para doença. Com a material biológico colhido pela equipe da Piquet Carneiro, os testes ficam a cargo do Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação (HLA/UERJ) em parceria com a Fiocruz, atuando em esquema de plantão para a entrega dos resultados em prazo recorde.
E a presença da PPC em pesquisas relacionadas à COVID-19 não para por aqui. Estudo do HLA sobre sequenciamento de cepas do coronavírus em parceria com a Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), de Petrópolis, demostram que nova variante foi detectada na Bahia e no Rio Grande do Norte. Essa mutação, que divergiu de uma linhagem diferente a que deu origem nas variantes P1 e P2, foi encontrada em 37% das 185 amostras coletadas pela PPC e enviadas para LNCC. Em análise similar, a Fiocruz também descobriu essa versão da coronavírus.
Para a supervisora no diagnóstico e sequenciamento da COVID-19 no HLA, Danielle Secco, a circulação da variante traz preocupação aos especialistas por ainda não saberem como essa forma de vírus se comporta na população. ” Como (a investigação) ainda é preliminar, tanto a nossa, quanto a da Fiocruz, não sabemos se essa cepa têm um maior ou menor poder de infecção e mortalidade. Daí a importância de se sequenciar para fins de controle epidemiológico”, diz Secco, que também destaca o papel da vacinação em massa num quadro de pandemia. “As chances de ocorrer mutações são diminuídas quando há uma imunização em larga escala. E quanto mais demorarmos em vacinar grande parte da população, menos efetiva a resposta às novas cepas será.”, finaliza pesquisadora.
No último dia 17, a Piquet Carneiro completou 1 anos de testagem para COVID-19, com mais de 50 mil atendimentos feitos. A unidade, que faz parte do complexo de saúde da UERJ, oferece os testes de PCR e o Rápido de segunda a sexta, mediante agendamento prévio. Essa logística bem lubrificada permitiu que a PPC se tornasse, no estado do RJ, centro de referência no diagnóstico da doença e líder no ranking de notificações de casos na plataforma e-SUS Notifica.
