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O que você precisa saber sobre gordura no fígado


 O que você precisa saber sobre gordura no fígado

Ouvir o diagnóstico de “esteatose hepática” causa espanto e leva ao paciente a perguntar ao médico o que seria isso. Mas o termo científico utilizado para gordura no fígado é de se causar preocupação mesmo. A doença é caracterizada pelo acúmulo de adiposidade nas células do órgão, que quando não tratado pode apresentar quadro inflamatório. Sem cuidados, pode evoluir para casos graves de cirrose e hepatite. Especialistas estimam que o problema é a enfermidade mais comum no mundo; no Brasil, um a cada três adultos apresentam o distúrbio. As principais causas são a obesidade e má alimentação, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia.

O fígado, quando está em bom funcionamento, é responsável por cerca de 500 processos metabólicos como digestão e produção de substâncias que vão atuar em todo organismo. O alerta acende quando o órgão apresenta o excesso de gordura em sua anatomia, podendo causar sintomas como estufamento abdominal (a barriga fica inchada), fadiga e perda de apetite. Geralmente, a esteatose é silenciosa; como os sinais são comuns a diversos problemas de saúde, podem confundir com outras doenças. Marianna Santos, de 34 anos, é um exemplo dessa situação. Diabética, ela começou ficar sonolenta e com dores. Achou que poderiam ser diferentes prognósticos, relacionando às sequelas de COVID, infecção que adquiriu por três vezes, até saber que o que era por meio de um laudo de ressonância magnética. “Minha preocupação era de ser algo pior, pois perdi muito peso. Fiquei com indisposição, náuseas, até que não aguentei mais e pedi ao médico uma avaliação”, diz a servidora pública.

A doença é dividida em quatro graus, das quais as duas primeiras são reversíveis. Ou seja, há tratamento sem acarretar perda da função do órgão. Sintomas como confusão mental, icterícia, alterações no sono e hemorragia são sinais de agravamento da doença, quando a inflamação se torna crônica, resultando em fibrose e insuficiência hepática.

A origem desse problema cada vez mais comum pode estar nos maus hábitos do paciente, com uma alimentação rica em gordura e pobre em fibras e sedentarismo. Algumas patologias podem desencadear a esteatose, como diabetes e hipotireoidismo, mas não é uma regra geral. O consumo de álcool em excesso também causa a doença, chamada de esteatose hepática alcoólica. Segundo Dr. Jorge Mota, o distúrbio é metabólico, pois na maioria dos casos, a adiposidade é sistêmica. “Quando diagnosticamos células adiposas no fígado, é de praxe o paciente estar com outros indicativos alterados, como triglicerídeos e colesterol altos. Isso indica que o tratamento não pode ser restrito somente ao órgão”, diz o gastroenterologista da PPC.

 

O que fazer após diagnóstico

Exames laboratoriais e de imagens, como tomografia ou ressonância, são capazes de identificar a doença e solidificar as suspeitas levantadas pelo médico durante a consulta. Mas o melhor método de investigação, segundo o Mota, é através da ultrassonografia, por ser mais acessível e de resultado imediato.

Para casos mais avançados da doença, a elastografia também é indicada na medição de quantidade de gordura acumulada no fígado e indica em qual grau de fibrose o órgão se encontra. O procedimento é semelhante à ultrassonografia; indolor, não invasivo, além de ser o mais confiável no rastreio desta e de outras doenças, como a hepatite. A Policlínica Piquet Carneiro realiza o exame através do serviço de Gastroenterologia e Hepatologia e é ofertado pelo SUS.

Após recebimento do laudo de esteatose e sem a suspeita de hepatite confirmada, de imediato, o paciente deverá iniciar uma dieta com restrição de gordura como tratamento médico. A reeducação alimentar é indicada visto que não há um medicamento específico para dissolver lipídios que estão em excesso no fígado. Mas, como dr. Mota reconhece, há resistência em seguir a recomendação por algumas pessoas. Em certos casos, é necessária uma intervenção psicológica, como terapias, para que o doente aceite que será preciso reequilibrar a alimentação para um fígado – e o organismo como um todo – mais saudáveis. Para a servidora Marianna Santos, seguir esta recomendação é a parte mais difícil do processo. A paciente, que relaxou da dieta durante a pandemia, diz que as tentações são contínuas. “Adotar os bons hábitos após anos de sedentarismo requer força de vontade. Mas irei me regrar novamente para no futuro não estimular outras doenças”, finaliza.

 

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