UERJ cria TEAcolhe – Programa Multidisciplinar de Acolhimento aos pacientes com Transtorno de Espectro Autista
Pensando em aliar a prática de assistência em saúde a um acolhimento aos usuários com Transtorno do Espectro Autista (TEA), foram iniciados no dia 14 de julho de 2023 os atendimentos do programa TEAcolhe-UERJ.
A iniciativa se trata do Programa Multidisciplinar de Acolhimento aos pacientes com Transtorno de Espectro Autista da UERJ – TEAcolhe, criado pela Pró-reitoria de Saúde/UERJ (PR5) em parceria com a Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC/UERJ), o projeto Zooterapia UERJ, a EnfReabilitar e a ONG SOS Patinhas, que nasceu a partir da carente demanda do público alvo no Sistema Único de Saúde (SUS). As atividades de acolhimento são voltadas aos usuários já existentes na Policlínica e visam à promoção do relaxamento e, consequentemente, à redução da ansiedade no tempo de espera antes do atendimento na unidade e contam com o uso de brinquedos interativos e com a Terapia Assistida por Animais (TAA).
Para além de um ambiente acolhedor, o programa objetiva a promoção da educação em saúde e o autocuidado dos pacientes e de seus responsáveis a partir de demandas que possam surgir no atendimento (seja no ambulatório, na realização de exames ou de procedimentos) ou por procura dos responsáveis.
Inicialmente, o programa está em sua fase de acolhimento e acontecerá nos dias de atendimento de usuários com espectro autista nos ambulatórios da PPC, como é o caso do ambulatório de Raio-X Odontológico, que oferta um serviço especializado no acompanhamento de pacientes especiais; o ambulatório de Pediatria e o serviço de Saúde Mental da Policlínica. Vale lembrar que o programa inaugurado não é restrito a nenhum grupo específico: o foco no público de espectro autista serve apenas para o desenvolvimento de pesquisas – todavia, é importante ressaltar que as ações são destinadas àqueles que já utilizam os serviços da PPC.
Entre as atividades de acolhimento estão as Intervenções Assistidas por Animais – IAA, em parceria com o projeto Zooterapia UERJ, a EnfReabilitar e a ONG SOS Patinhas, que tem como foco promover relaxamento aos indivíduos e gerar benefícios através do contato com animais. Dinâmicas recreativas e sensoriais também estão inclusas nas sessões de acolhimento, que são ministradas e supervisionadas por uma equipe multidisciplinar de profissionais da área da saúde, do serviço social, da educação e até da gestão administrativa.
Pensando no futuro
Com o sucesso do programa, há a pretensão de ampliar a frequência desses atendimentos e, com isso, desenvolver práticas modelo para implementação de um polo de assistência a fim de atender esse público, que costuma encontrar uma baixíssima oferta desse tipo de serviço tanto na rede pública quanto particular.
Além disso, a iniciativa abre portas para o desenvolvimento de pesquisas acerca dessa área de atuação, como a avaliação sobre a quantidade de medicamentos utilizados com os pacientes, o impacto das atividades terapêuticas na redução de conflitos sociais, bem como os benefícios do paciente a nível físico, cognitivo, comportamental e social.
Também, ao participar das atividades de acolhimento, será possível conhecer o projeto Colo de Mãe, que se propõe a promover encontros com os responsáveis por pessoas com TEA e Síndrome de Down e tem por objetivo acolher e fornecer informações importantes para o cuidado com a criança e consigo mesmo. Essa é uma ação que se trata de uma vertente do Projeto de Extensão UERJ – EnfReabilitar, o qual direciona o olhar para as pessoas com deficiência e para os cuidados de reabilitação.
Engajamento da unidade
Antes da implementação do programa, diversas reuniões multidisciplinares foram realizadas com o intuito de viabilizar o acontecimento dessa iniciativa, as quais envolveram desde os colaboradores da gestão administrativa aos funcionários da linha de frente.
Além disso, foram realizadas palestras de apresentação do tema e do programa, bem como treinamento de recepção no acolhimento aos pacientes.
O projeto, apesar de inovador, encontra-se em sua fase embrionária. Assim, tem sido uma iniciativa na qual são necessárias muitas trocas e discussões para identificar as demandas da comunidade e traçar a melhor forma de atender as pessoas que precisam. Estima-se que, num futuro breve, sejam criadas estruturas apropriadas para o acolhimento efetivo desses pacientes; mas para isso muito trabalho árduo deve ser realizado.